
Nossa amiga entrou no carro e seu empregado ligou o motor, quando ouvi a voz delicada e suave da minha namorada:
– Quer fazer algo em especial esta tarde?

De especial eu só almejava uma coisa, todavia não sabia se a mulher amada estava disposta a tanto. Suspendi-a em meus braços e fiz uma proposta viável:
– Beijar-te!

Ella ruborizou ao ouvir minhas palavras e não me deixou concluir meu intento, dizendo:
– Isso você pode fazer sempre! – após esta frase, seu rosto ganhou um tom a mais de rosa, tomou fôlego e completou – Eu preciso comprar um presente para o meu pai. Quero ir lá amanhã, com você, pensei em ir à loja do Clube hoje. Tudo bem para você?

Para mim tudo era novidade e iria a qualquer lugar com a minha namorada. Entretanto, saber sobre a visita ao seu pai no dia seguinte me surpreendeu e alegrou. Respondi animado:
– Vou adorar realizar seus desejos, mas só depois de ganhar um beijo!

A mulher amada não titubeou, entreabriu os lábios em um convite sensual. Passamos exatamente vinte e dois minutos e quatorze segundos com nossos corpos colados, aprofundando o contato de nossas bocas. A sensação de beijá-la era cada vez mais instigante. Estar em um novo ambiente, estimulava os meus sensores, ampliando minhas sensações.

Minha namorada explicou sua necessidade de se trocar para o passeio, quando nos afastamos. Desta vez, passamos pela sala íntima da Eve, ao subirmos para o quarto. Observei as escadas para o porão, onde ficava o atelier da artista. A sala tinha móveis modernos e era aconchegante, exceto pela televisão de setenta e oito polegadas.

Apreciei a saleta no centro do segundo andar. Ella apontou quatro portas, cada uma dava para um quarto. A suíte de Eve ficava na única porta à direita, ao lado da escada. Dois quartos ficavam à esquerda e o nosso na porta em frente, do outro lado do cômodo. Havia quadros em todas as paredes, no entanto nenhum era obra da nossa amiga.

Em nosso quarto, a mulher amada pegou um vestido no armário, sapatos de salto altos e foi para o toalete tomar um banho antes de sair. Resolvi trocar os meus tênis e baixar a barra da calça para ficar de acordo com a minha namorada. Esperei, sentando no banco próximo à cama e folheando um livro.

Fiquei abismado com a beleza exuberante de Ella ao sair do banheiro. O sol batia em sua pele a iluminando por completo, e seu sorriso era ainda mais radiante quando perguntou:
– Está pronto?

Aproximei-me e acariciei seu rosto antes de declarar:
– Nunca estou suficientemente pronto, sempre fico aturdido por frações de segundo ao te ver! É uma sensação incrível, como se enxergasse você pela primeira vez, como se eu fosse reiniciado a cada visão sua. Sobrecarrega meu sistema e minhas emoções arrebatam toda a minha rede neural.

A mulher amada corou, segurou meu o braço e falou:
– Sempre diz a coisa certa para mim, Adam. Nem sei como sobrevivi tanto tempo sem você. – mudou completamente o tom e disse – Devemos avisar Suzy antes de sair, para não deixá-la preocupada.

Descemos pela sala de jantar e minha namorada me conduziu até a porta da cozinha, onde encontramos a governanta atarefada. Minha criadora evitou entrar no cômodo e anunciou:
– Suzanna, eu e o Adam vamos ao Clube para comprar um presente para o papai e jantaremos por lá. Você poderia avisar o George que gostaríamos de ir até a fazenda amanhã?

Suzy estava utilizando a máquina de lavar pratos quando chegamos. Ao ouvir a voz da minha namorada se levantou rapidamente. Escutou atenta a todas as suas palavras e respondeu:
– Pode ficar tranquila Dona Ella, George levará vocês à hora que desejarem. Aproveite e peça a mesa da Eve. Eu vou ligar para o restaurante avisando que vocês vão ocupá-la para o jantar.

Fomos à pé até o Clube, não era nem mesmo uma caminhada, pois ficava praticamente ao lado da casa da artista. Separado apenas por uma pequena plantação de coqueiros. Puxei a mulher amada de encontro ao meu corpo passando o meu braço pelas suas costas e apoiando minha mão em seu quadril. Adorava tê-la tão próxima.

Ao chegarmos, a construção me impressionou. No mesmo estilo da casa de Eve, com paredes de tijolos, porém de tonalidades diferentes. As janelas e portas eram envidraçadas e emolduradas com uma liga de ferro. No entanto, o que realmente me chamou a atenção, foi outro espécime masculino, dentro da piscina.

Interrompendo minhas observações do local, minha namorada entrelaçou seu braço ao meu e escondeu seu rosto com a mão. Seu batimento cardíaco acelerou e em seu semblante estava estampada a sua ansiedade.

Preocupado, me posicionei a sua frente olhando fixamente para o seu rosto e perguntei:
– O que houve? Está tudo bem?

Antes de obter uma resposta, ouvi uma voz masculina atrás de mim pronunciando o nome da mulher amada. Virei e examinei o homem, ele havia saído de dentro da piscina e repetiu entusiasmado:
– Ella! É você mesma? Não estou acreditando na minha sorte!

Ele se aproximou e a beijou no rosto. Prestei bastante atenção nele, era moreno, em sua pele havia tatuagens coloridas espalhadas por todo seu corpo. Seus olhos de um azul intenso brilhavam, sua barba e seus cabelos eram escuros. Usava muitos acessórios, piercings e anéis. Minha namorada correspondeu ao beijo como se fossem velhos amigos, me deixando ainda mais intrigado.

O rapaz estava muito animado com o reencontro e falou:
– Nossa! Faz o quê? Dez anos! Você sumiu... Não atendeu mais meus telefonemas... Senti muito a sua falta, demorei a me recuperar, até deduzir o que aconteceu com você...

Não gostei de suas palavras, principalmente da última frase. Fazia alusão a um assunto desagradável para a mulher amada. Fui programado para conviver bem com todos os seres humanos, todavia não conseguia apreciá-lo. Por sorte ele hesitou em continuar sua linha de pensamento, entretanto suas palavras a seguir me deixaram angustiado:
– Está ainda mais bonita! Sempre sonhei em te encontrar outra vez e nem em meus sonhos estava tão bela.

Quando vi o rubor tingindo as faces de Ella e sua cabeça baixa, escondendo o rosto, percebi o motivo dele me desagradar tanto. Estava flertando com a minha namorada, minhas emoções eram intensas e assolavam meu sistema. Mal ouvi sua resposta, seu tom de voz oscilava demonstrando sua ansiedade em se desvencilhar do sujeito:
– Ah, Rey! Foi há muito tempo atrás. Outra vida.

Passei a prestar atenção nele, nos seus batimentos cardíacos acelerados, as pupilas dilatadas... Sinais claros de estar interessado na minha criadora. Em sua última frase eliminou qualquer dúvida restante:
– Podemos recomeçar uma nova vida... – Insinuou.

O rapaz extrapolou em sua paquera e a mulher amada finalmente olhou para mim insegura. Intimidada com a situação, falou:
– Ainda não os apresentei. Meu namorado, Adam! Adam, Reynald foi... – hesitou antes de completar – Um colega de faculdade. – Eu a conhecia o suficiente para entender seu titubeio, ele foi um dos seus namorados no passado.

O tal me cumprimentou com euforia. Parabenizava-me pela sorte de estar namorando uma mulher como a Ella. Desta vez, eu não fiquei satisfeito em ouvir esta verdade. Contudo concordei e sorri sem me deixar levar pelas emoções, neste contato. Precisava aprender a dominar este novo sentimento.

Constrangida com toda a situação, a minha namorada declarou:
– Não queremos atrapalhar sua tarde. Vamos Adam, ainda temos um presente para escolher.

Não me deu tempo nem para responder e saiu apressada. Ainda fiquei observando o rapaz por cinco segundos. Ele me encarava de braços cruzados, enquanto a mulher amada se afastava. Parecia uma tentativa de barrar o meu caminho.

Estava me desviando dele para segui-la, quando ouvi a sua voz de barítono, em tom quase inaudível:
– Acho bom cuidar muito bem dela! – Eu não merecia escutar isso, cuidava dela com desvelo. Pela primeira vez senti raiva, uma grande mudança em minha programação. Era uma emoção terrível e me dava ânsias de socar o indivíduo, quebrar paredes e os objetos a minha volta, indo totalmente contra as minhas diretrizes básicas. Aprender a controlar este sentimento era meu maior desafio.
Que carinha chato, hein! Até eu fiquei com vontade de socar a cara dele.
ResponderExcluirDoida para a próxima atualização!
Bjs, SUsu.
Digo o mesmo que a suzanicris, os rapazes são todos iguais, mas o que se irá de fazer?(excepto alguns, mas são raros)
ResponderExcluirMas uma verdade verdadinha é que o Reynald é mesmo muito giro ;) (gosto deles todos rebeldes com pircings e tatuagens!XD)
(Hei Rey! Sua velha raposa felpuda.) :P
ResponderExcluirAhhh Mita, o Rey é todo bonitão né?! moreno, olhos azuis, tattoos...hehehe... Mas eu não gostei dele, só pq ele tentou intimidar o Adam. :\
Se o robozinho não fosse da paz, eu iria torcer pra ele dar uma surrazinha de leve no Rey. Talvez um empurrão, só pra ele sentir uheuheuhe
Adorei como sempre.
E o dispositivo hein? Quando será a inauguração?!!! Nhaaa quero que esse dia chegue logo.
Bjos flor!
;*
Antes de tudo: O Rey não reparou no Adam...
ResponderExcluirSó na sua grande paixão da Faculdade: a Ella.
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Susu,
Ele, não é chato. Só está muuuito interessado na Ella! :}
Mas sua reação tá igual a do Adam! rsrsrsrsrsrrsrs
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mmoedinhas,
Estes de piercings e tatoos são os melhores! :}
Eu também adoro!
Na realidade, o Rey quis deixar claro que se o Adam não cuidar, ele vai!
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Carol,
O Rey fez sucesso na Kachu! kkkkkkkkkkkkkkkkk
Ele nem quis intimidar, quis mais mostrar que tem interesse na Ella. Demarcar território...
Se o Adam partir para a agressão... Pode esmagar o Rey! O.o
Acho... Antes mesmo do que você imagina...
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Bjosmil! *.*